CNH – Carteira Nacional de Habilitação. O Que Ela Significa Para Você?

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Queridos alunos e internautas.

Um aluno e amigo, de lá de São José do Rio Preto – SP, surgeriu o abaixo mencionado:
“Sugiro que você escreva, se já não o fez, demonstrando as vantagens e desvantagens e a diferença de tempo de carteira de moto ou experiência, ambos sem técnica, e ser motociclista de verdade, independentemente do tempo ou experiência, colocando em prática a técnica da pilotagem defensiva.


um abraço. Paschoal”
Bem. Em minhas aulas teóricas e palestras ( tanto para alunos e ouvintes motociclistas ou motoristas ), geralmente para alunos que estão adquirindo a CNH ( Carteira Nacional de Habilitação ), ou reciclando, eu faço a seguinte pergunta:
“…para que serve a Carteira Nacional de Habilitação?…”
As respostas são, de imediato: “…ora, Amaral, para estarmos dirigindo ( ou pilotando) dentro da lei…” 
A minha réplica, de imediato é: “… não, não, não!… A CNH  só serve para começarmos a fazer o maior número de besteiras no trânsito possível!…”
Quando os alunos e ouvintes ouvem esta resposta, ficam, por segundos, pensativos, porque, para eles, a Carteira Nacional de Habilitação é um documento que possibilita dirigir bem. Ou seja, quem a tem é agora um perfeito motorista ou um perfeito motociclista. Mas, esse pensamento é errôneo. Isso é somente uma ilusão, pois se estamos “andando” dentro da lei, em nossa mente parece que somos os melhores pilotos ou motoristas, pois estamos, agora, “habilitados” . Dá-se a impressão que não erraremos nunca no trânsito.
Amigos, a CNH, ou qualquer documento de papel, só nos dá o direito de estarmos na lei, e não de sermos bons ou mal pilotos.
Pensem bem: quantos médicos doutores vocês conhecem? Quantos destes médicos doutores são competentes em suas áreas?
Quantos advogados doutores vocês conhecem? Quantos destes advogados são competentes?
A mesma situação podemos falar como motoristas ou pilotos: quantos motoristas ou motociclistas possuem o direito de dirigir ou pilotar através da CNH( ou através da lei)?  Quantos são competentes nesta área?
Queridos, a verdade nua e crua é a seguinte: se não houver o bom senso e a capacidade de conhecer nossas fraquezas e nossas necessidades de sermos pessoas melhores, nunca poderemos considerar sermos bons ou mal pilotos ( ou motoristas).
Entendam, por favor: não é o tempo de pilotagem, ou termos a CNH em nosso  bolso,  que nos faz sermos bons pilotos, mas sim as nossas atitudes de respeito aos outros e a nós mesmos, com tolerância e longanimidade, para com as pessoas que estão nas mesmas estradas, nas mesmas ruas, no mesmo trânsito junto conosco. Não gosto de ensinar leis, pois ela está em toda parte. É só prestar atenção e obedecê-las, se quiserem.
Sempre ensinei ao meu filho:”…filho, sempre atravesse na faixa de pedestre, pois só assim você poderá morrer atropelado dentro da lei…”
No artigo passado, intitulado HABILIDADE TÉCNICA x HABILIDADE COMPORTAMENTAL eu tento mostrar que as atitudes comportamentais são muito mais importantes do que as técnicas apilcadas na pilotagem. Vou dar-lhes um exemplo muito simples: mais de 70% dos acidentes com mortes havia um motociclista ou um motorista alcoolizado. Pois bem. Se estes alcoolizados usasem o bom senso de não beberem antes de dirigir ou pilotar, quantos “por centos” dos acidentes não existiriam? No mínimo cairiam 70% dos acidentes, não é? Não haveria nem mesmo a necessidade de cursos de pilotagem ou reciclagem para motoristas. Todos poderiam ser considerados bons motociclistas ou bons motoristas.
Claro que as técnicas devem ser aprimoradas, pois a educação de trânisito fornecida pelo governo é péssima. Os instrutores dos departamentos e escolas de trânsito são mal treinados e ganham pouco. As metodologias de ensino do trânito devem ser, com urgência, mudadas.  Nossa mentalidade de sairmos dirigindo o mais rápido possível, também contribui para uma falta de treino necessária para nos tornarmos bons no trânsito. Por isso o bom senso é necessário. 
Eu conheci uma pessoa que comprou a CNH, ou seja, pagou para a Auto Escola para passar nas provas de trânsito. Porém, antes de sair com a moto, com sua CNH comprada, esta pessoa fez questão de aprender as técnicas de pilotagem nas aulas de Auto-motos Escola, e fez questão, também, de aprender as técnicas no curso de pilotagem do Amaral. Depois de muitas aulas, assim ela resolveu pilotar sua Shadow 600 cc nas ruas e estradas. Pergunto-lhes: onde esta pessoa estava errada? Por comprar o direito de dirigir? Onde esta pessoa estava certa? Por aprender os conhecimentos necessários para pilotar com segurança?
Ora, ora! Para a lei ela estava errada. Mais a lei não considera que esta pessoa teve a consciência necessária para pilotar com segurança. Ela admitiu suas necessidades e, mais ainda, admitiu a fraqueza de não acreditar nela mesma ( ou na auto escola) se poderia ou não conseguir, com sua capacidade pessoal ( ou capacidade da auto escola) de tirar uma carta: o sonho de ser habilitada.
Paschoal e amigos leitores, não existem pilotos ruíns ou bons, relativos as técnicas de pilotagem. Existem, sim,  pessoas más ou boas relativo ao comportamento pessoal.
Renato Russo ( vocalista do Legião Urbana) fraseou em uma de suas músicas“… a pior mentira é mentir para si mesmo…” Isto signifia que precisamos ser sinceros conosco mesmo. Sabemos, com certeza, que não aprendemos quase nada nas auto-motos escolas. Nem mesmo aprendemos o mais importante: frear! quanto mais aprendemos a respeitar os outros!? Por isso a necessidade de aprimorarmos o que já sabemos, de aprendermos coisas novas, de adquirir a experiência em cursos especializados, pois sozinhos estaremos em risco. Digo isso porque quando comprei a minha primeira moto, depois a segunda e a terceira, só aprendi que eu mesmo estava errado quando sofri um terrível acidente. Até então eu pensava que era o maior e melhor piloto de todos os tempos. Que nem mesmo precisa de aprimoramento, pois já tinha adquirido a minha tão esperada CNH. Como eu estava enganado! Graças a um grande mestre instrutor de um curso da Honda e de muita leitura e treinamento com pessoas conscientes ví que precisava mudar. E até hoje eu mudo, pois tenho as experiências de outros em meus cursos.
Portanto, Paschoal e queridos leitores e alunos, ser motociclista de verdade está em nossa capacidade de estarmos sempre aprendendo e, principalmente, colocando em prática o que aprendemos. Ser piloto de verdade não é simpesmente pilotar com técnica, e sim pilotar com empatia, respeito, com análise e atenção aos riscos, com os exemplos dos outros (tanto negativos como positivos) pois aprendemos com os outros também.
Paschoal, obrigado pela dica. Pode ter certeza que você nos ensinou muito, com suas dúvidas.
Abraços a todos.
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